17.7.10

Oh, Insensato Coração!

Tenho andado sumida e um tanto confusa. Um decorrente do outro, inclusive.
A minha confusão tem gerado reações somáticas de cunho angustiante. Não durmo, não faço nada. Digo, faço sim. Trabalho para esquecer. Sempre olhando para os lados.
Daria alguns dólares para imaginar o que se passa em meu coração. No mesmo momento que treme de amor, ronca de ódio e pede mudanças. Mas basta uma única lembrança boa, ou um gesto de ternura em meio à fuligem que ele volta a bater compassado em lento, calmo, o que os românticos chamam de "coração de quem ama". Mas o corpo pede bis daquela adrenalina de quem inicia uma linda e inesquecível (nova) história.
Lidar com as pessoas, na verdade, não deveria significar necessariamente lidar com os problemas das pessoas. Você pede antes de dormir durante anos o devir de um sonho, o sonho de ter alguém que se cuide e ser cuidado. Só que esse alguém, como um filho ou um cachorro, não vem com certificado de Garantia na testa, então... não há garantia nenhuma, somente o sonho. Não mais que de repente, o indivíduo se enxerga engolindo todos os sapos do Universo em nome do tão sonhado, invejado e, literalmente, caçado, amor. E um belo dia se vê cansado de guerra, quando olha para o lado e o que passaria despercebido de repente se torna interessante. É como um sinal Divino dizendo que é melhor rever, porque não vai tudo tão bem assim.
Estou passando por essa fase, uma fase onde a razão e a emoção se misturam como água e suco em pó. Percebe-se a artificialidade, mas é doce a impressão de transgredir e trocar a maçã por um saquinho colorido. E existe sempre os grãozinhos no fundo do copo para não fazer esquecer que é artificial. Que é uma fase, talvez, porque não há quem abra mão de um sentimento, salvo quando ele não mais existe, o que não é raro e não é o caso, caso contrário, não vacilaria nem angustiaria tanto minha alma por uma tentação, simplesmente me deixaria levar na leviandade.
Pode ser a aurora de um novo tempo. Ou, como diz o poeta, "porque de amor, para entender, é preciso amar". E nessa matéria sinto que não completei ainda nem o fundamental.










(Na verdade, o título deveria ser uma alusão a outra música imortalizada na voz de Gal que diz "Meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim").

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